Ninguém aqui pode negar que existe uma quantidade enorme (quase um excesso) de opções de investimento em renda fixa.  Mas você sabe como montar uma carteira de renda fixa?

A sopa de letrinhas não tem fim. É CDB pra cá, LCI pra lá, COE aqui, LCA ali…E muitas vezes eu me fazia a seguinte pergunta “Qual é o MELHOR investimento de renda fixa?”. Tenho certeza que você também já se fez essa pergunta.

Começando pelo começo 🙂

Esse post poderia ser um post impessoal, listando as vantagens e desvantagens de cada investimento. Mas acho que já tem muito disso por aí na internet. Então resolvi dar um toque mais pessoal. Vou falar aquilo que EU penso sobre investimentos de renda fixa.

Na minha visão, renda fixa não é o lugar para você perder dinheiro. Eu sei, eu sei…é difícil perder. Mas é POSSÍVEL. Por isso, eu procuro tomar todos os cuidados possíveis para evitar que isso aconteça. Nós fizemos um vídeo contando uma dica que nós usamos para reduzir o risco na renda fixa, que você pode conferir aqui. O mais conservador e seguro é investir em:

  1. Tesouro Direto
  2. Algum produto que possua cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Se o seu investimento de renda fixa for um título do Tesouro Direto ou se ele possuir cobertura do FGC, significa que você vai poder colocar a cabeça no travesseiro e dormir mais tranquilo à noite.

Gatinho dormindo
É assim que você vai dormir assim se investir em Tesouro Direto ou em produtos cobertos pelo FGC 🙂

Os títulos do Tesouro Direto possuem baixíssimo risco por serem garantidos pelo Tesouro Nacional. Por outro lado, a cobertura do FGC age garantindo para o investidor até 250 mil reais por CPF por instituição financeira (no entanto, fique atento pois a garantia possui uma cobertura máxima 1 milhão de reais).

Se você se interessou por algum investimento de renda fixa coberto pelo FGC, confira se a instituição é associada ao FGC clicando aqui.

Resumindo: títulos do Tesouro Direto ou produtos de renda fixa que possuam cobertura do FGC são super seguros.

Existe risco na renda fixa, sim

– Ah, mas eu vi uma debênture MUITO legal! Que tal?   😯

Debêntures, COEs, Fundos de Investimentos de Renda Fixa, Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios, CRIs, CRAs, LFs por mais legais que pareçam, não possuem cobertura do FGC. Eu sei, eu sei…CRI e CRA são duas siglas bonitinhas que estão super na moda e que não possuem cobertura do FGC.

Portanto, se existe a chance (mesmo que remota) de eu perder dinheiro na renda fixa, eu prefiro ficar de fora. Mesmo que pareça uma excelente oportunidade e um excelente investimento. Pra mim, lugar de risco é na renda variável e não na renda fixa. Mas isso sou eu, Luis. Você pode pensar diferente e investir nas siglas bonitinhas. 🙂

Investimentos de renda fixa que não sejam títulos do Tesouro Direto ou investimentos cobertos pelo FGC podem ser mais arriscados.

As 3 classes de investimentos de renda fixa

Isso diminui um pouco a lista, mas ainda tem um monte de opções, certo? Os mais comuns são os títulos do Tesouro Direto (que apesar de não possuírem cobertura do FGC, têm um lugar nessa lista porque os títulos do Tesouro Direto possuem garantia do Tesouro Nacional), CDBs, RDBs, LCs, LCIs e LCAs.

A maioria desses produtos, você pode encontrar nas corretoras de valores. Nós fizemos um post e gravamos um vídeo sobre corretoras, que você pode conferir clicando aqui.

O que é mais importante que você entenda desses produtos de investimento é que eles podem ser divididos em basicamente 3 classes:

  1. Indexados à taxa de juros – Selic ou CDI
  2. Indexados à inflação – IPCA, IGM, IGPDI, etc.
  3. Pré-fixados

Por exemplo, na sua corretora você pode encontrar um CDB que pague 126% do CDI. Esse CDB é, portanto, indexado à taxa de juros (mais especificamente ao CDI).

Você pode encontrar um CDB que pague IPCA + 6.6%. Esse é um exemplo de CDB indexado à inflação.

E você pode encontrar um CDB que pague 12.5% a.a.. Esse é um exemplo de CDB pré-fixado.

Objetivos da Carteira de Renda Fixa

Tá, mas e o que que eu faço com isso? Primeiro passo é montar uma carteira de investimentos de renda fixa. E pra ser uma carteira de renda fixa competitiva e segura, ela deve possuir pelo menos estes 2 objetivos:

  1. Proteger da Inflação
  2. Ganhar no Longo Prazo

1. Protegendo a sua carteira da inflação

No Brasil, não é raro termos períodos de inflação elevada. E a inflação é uma vilã para os seus investimentos de renda fixa. Quem deixa o dinheiro na poupança pode, sim, acabar perdendo dinheiro.

Isso acontece porque a inflação age corroendo o seu dinheiro, diminuindo o seu poder de compra. Se você tem ótimos CDBs indexados ao CDI, eles até que conseguem segurar as pontas e proteger da inflação indiretamente – porque eles têm um desempenho muito bom. Mas esse não é o papel deles.

Inflação

A função de proteção contra a inflação é melhor cumprida pelos ativos indexados à inflação. Os mais comuns são o Tesouro IPCA+ e os CDBs indexados ao IPCA.

Nos CDBs atrelados ao IPCA, é relativamente comum encontrar ativos que paguem um percentual maior do que no Tesouro Direto. Ou seja, um CDB IPCA pode ser mais rentável que o Tesouro Direto. Apesar disso, o Tesouro Direto continua sendo uma boa opção, principalmente se você não tem muito dinheiro para começar.

Observação: no Tesouro Direto, é possível vender os papéis do Tesouro IPCA+ antes do vencimento e lucrar com a variação do preço do ativo – basicamente um trade. Mas esta é uma operação de risco, que pode incorrer em prejuízos. Portanto, se você não sabe muito bem o que está fazendo, eu não recomendo se preocupar com venda antecipada. Apenas segure o papel até o vencimento que você estará livre dos riscos de mercado.

Resumindo: é importante você manter um percentual da sua carteira de renda fixa em ativos atrelados à inflação. O objetivo desta parcela é PROTEGER o seu capital. O objetivo não é ficar zilionário. É não dar mole e acabar perdendo dinheiro em períodos de alta inflacionária.

Proteja a sua carteira da inflação
Você deve proteger a sua carteira da inflação!

2. Ganhando no Longo Prazo

No Brasil, nós temos uma taxa de juros muito atrativa. Atualmente (03/08/2018), a Selic está em 6,5% a.a.. Nos EUA, essa taxa fica entre 1,75% a.a. e 2% a.a.. Percebe que a diferença é ENORME? Portanto, nós não podemos dar mole e perder boas oportunidades de investimentos indexados à Selic ou ao CDI.

Um CDB que pague em torno de 120% do CDI ou mais pode ser uma ótima opção para ganhar no longo prazo. Você pode facilmente pensar que a diferença de 100% do CDI para 120% não é lá TÃO significativa e que você prefere manter seus investimentos em um CDB que pague 100% do CDI com liquidez diária. Ok, a escolha é sua. Mas essa diferença, em 10 anos, fica substancial.

Por exemplo, digamos que você tivesse 10 mil reais para investir em 02/08/2008. No dia 02/08/2018, ou seja, 10 anos depois, você teria R$ 27.124,44 se tivesse investido em um CDB de 100% do CDI. Nada mal, né?

Mas se você tivesse investido em um CDB de 120% do CDI, você teria R$ 33.113,97. Ou seja, só de escolher um CDB que pague um percentual maior do CDI (e abrindo mão da liquidez), você teria ganhado quase R$ 6.000,00 a mais.

Se o dinheiro ficou parado durante esse tempo, melhor aproveitar a oportunidade e garantir mais dinheiro, não é mesmo?

A Reserva de Emergência

Não, eu não me esqueci da reserva de emergência, fique tranquilo. A reserva de emergência entra na sua carteira de renda fixa. De quanto deve ser a sua reserva de emergência? De 6 a 12 meses dos seus gastos mensais. Depende muito se você tem uma fonte de renda mais previsível ou não. Se você tem uma fonte de renda super segura (como funcionários públicos), talvez você possa optar por ter uma reserva menor. Se você trabalha por conta, aí recomendo que você tenha uma reserva maior.

Então se você gasta R$ 4.000,00 por mês, a sua reserva de emergência deve ter entre R$ 24.000,00 e R$ 48.000,00. Eu prefiro ficar sempre do lado mais conservador na renda fixa. Nesse caso, eu procuraria ter uma reserva com o equivalente a 12 meses de gastos.

Reserva de emergência
A reserva de emergência é a parte mais importante da sua carteira. Sem ela, você não tem tranquilidade, não importa quão bons sejam seus investimentos.

E aonde investir para a reserva de emergência? Pode ser em CDB de liquidez diária, Tesouro Selic e pasme, até mesmo na poupança. Mas não deixe MUITO na poupança, tá? Embora a reserva de emergência seja para emergências, não quer dizer que você não possa ganhar um pouquinho mais também né…

E o pré-fixado?

Os investimentos pré-fixados pagam uma rentabilidade anual pré-fixada (der). Eles são uma classe bastante particular de investimento. Em alguns momentos da economia, você pode conseguir taxas absurdamente boas, tipo 20% a.a.. Mas em outros, você pode perder da inflação. Portanto, eles podem trazer riscos para a sua carteira.

De maneira geral, eu não sou SUPER fã deles. Para ser bem sincero, eu tenho 1 CDB pré-fixado. Unzinho só. E foi quando eu me deparei com uma dessas taxas malucas que você pensa que alguém do banco só pode ter enlouquecido. Foi uma vez só e foi pouco dinheiro. Foi um ótimo investimento, mas eu estava ciente que poderia não ser quando apliquei essa grana.

Então eu não invisto neles, a não ser que eu veja que provavelmente alguém do banco pirou. Se você quiser, pode ficar atento acompanhando as taxas dos pré-fixados. Mas você pode tranquilamente viver sem eles também.

Conclusão

Uma carteira de renda fixa serve para te dar segurança e tranquilidade. Você pode montar a sua carteira de acordo com a sua necessidade e com seus objetivos. A minha carteira pessoal tem os três tipos de investimento, mas não necessariamente a sua também vai ter todos esses tipos de investimentos – pré-fixado, indexado à inflação e pós-fixado (indexado ao CDI).

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Até a próxima,

 

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